Vivemos na era da informática. A tecnologia domina todos os segmentos da sociedade, fazendo de um mundo moderno, um mundo de redes interligadas, onde não existe o impossível. Pode a máquina substituir o homem? Algo para se pensar! Até que ponto estamos deixando de ser pessoas, de carne e osso, desejos, tesão, anseios, para nos transformar em um monitor e um teclado...
A realidade, de repente, se torna algo tão distante. Para os mais saudosistas...rs Fica a lembrança do passeio na praça, onde as moçoilas desfilavam em frente aos mancebos, numa demonstração de um interesse maior, mas só demonstrado com movimentos sutís... imperceptíveis, só capitado por aquele que era o seu eleito...
Tinha as missas de domingo, onde pouco se rezava, e muito se flertava...
Os pequeniques, toalha xadrez, cesta de vime, guloseimas que atiçavam os sentidos, a beira de um riacho, uma árvore frondosa, e o paraiso surgia...
As matinês, ah, as matinês! Filme? Que filme? Cada um fazia seu próprio filme, sempre com um olho no "lanterninha"!
Tinha os bailes, clubes onde se reunina toda a vida jovem da cidade, eram o point... Embalados por Celly Campelo e Elvis Presley entre tantos! Numa coreografia insinuante, as garotas levavam os garotos à loucura, com seus vestidos de bolinha e laços nos cabelos...
Tudo na vida evolui, tantas décadas, tantas mudanças comportamentais, a tão falada liberdade sexual, amor livre, a pílula, amizade colorida, a liberação geral, tudo é permitido em nome do amor!
E eis que surge o computador! Vilão ou mocinho? O Bem ou o Mal? E de repente há uma robotização do ser humano. A paquera, coisa tão boa de se fazer... paquerar! Sumiu do dicionário, foi abolida, veio a era do ficar!
E o computador passa a ser o indivíduo mais amado do planeta! É pra ele que todos correm quando entram em casa, quando acordam, quando chega no trabalho... É dentro dele que está a felicidade! Msn, orkuts, blogs, e-mail etc...! Notícias, palavras, a busca por pessoas que nunca tocamos, que às vezes nunca vimos! É esse o delírio supremo! Aquela mensagem, aquela palavra! "Meu Deus! Ele lembrou de mim... Deixou uma mensagem!" Nada de toques, beijos, amassos, uma bolinada no sofá da sala... Só palavras trocadas sofregamente, entre dedos enlouquecidos num teclado que cria asas!